19/07/2017
O mercado imobiliário brasileiro é bastante valorizado, e muita gente gosta de aprender um pouco mais sobre o setor. Porém, como vivemos em um país extremamente burocrático, essa tarefa não é nada simples, especialmente após um período de grande variação na economia. Dentro desse contexto, aprender o que é o IGP-M e como o índice funciona para imóveis é fundamental.
Provavelmente você já ouviu falar sobre essa sigla, mas dificilmente compreende de verdade o seu conceito e como esse índice financeiro exerce influência sobre o aluguel que você paga e até mesmo sobre o preço das propriedades. Ficou curioso para aprender mais sobre o tema? Então não deixe de conferir o post de hoje!
O que é IGP-M?
O IGP-M é um indicador muito importante para a nossa economia e para diversos setores, como o de imóveis. A sigla quer dizer Índice Geral de Preços do Mercado, que é calculado mensalmente pela tradicional FGV (Fundação Getúlio Vargas). Ao final de cada ciclo de trinta dias, a instituição divulga o resultado e o mercado se baseia nele para a tomada de diversas decisões.
Entre outras coisas, esse é o índice de referência usado para fazer os reajustes de aumento da energia elétrica e dos contratos de aluguel atualmente. O seu cálculo é feito levando em conta uma série de fatores e variáveis, que vão desde matérias-primas agrícolas até os produtos que são consumidos pelo comprador final na cidade grande.
Quando pensamos nos reajustes anuais das tarifas de locação, a base utilizada é o IGP-M acumulado em todo o ano anterior e não apenas as taxas do mês escolhido para a efetivação da correção. Já nas transações de venda, o IGP-M só entra na correção de parcelas referentes às unidades prontas ou às parcelas que forem cobradas depois da finalização de uma construção, por exemplo.
O IGP-M foi concebido basicamente para ser uma medida compreensiva do quadro de movimentação de preços no país, englobando não apenas as atividades, mas também as etapas distintas do processo produtivo, indicando mensalmente o nível de atividade econômica no Brasil.
Como funciona o IGP-M?
Como dissemos, o IGP-M corrige o valor dos aluguéis ou das parcelas, no caso de uma aquisição. Mas esses cálculos são feitos de uma forma especial. É preciso ter em mente que o cálculo desse indicador considera diversos setores e vem de uma composição de valores que reúnem diversas variáveis menores, das quais a principal é o IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado).
O IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado) também entra na equação, com uma participação um pouco menor. O período no qual é feito o levantamento desses dados compreende o dia 21 de um mês até o dia 20 do mês seguinte. O indicador também faz uma medição do patamar de inflação do país.
Dessa forma, uma unidade na planta, por exemplo, tem a sua correção feita durante a obra por meio da aplicação de um índice como o CUB (Custo Unitário Básico) ou o INCC (Índice Nacional da Construção Civil). Uma vez finalizado o empreendimento, o indexador passa a ser o IGP-M.
O que é IGP-M acumulado?
Você certamente já ouviu falar sobre o IGP-M acumulado, mas provavelmente não sabe o que é. Ele nada mais é do que a soma dos valores do IGP-M dos últimos 12 meses anteriores e é o indicador utilizado, como dissemos, para guiar os reajustes dos contratos de aluguel na data estipulada pelo contrato.
Quais as diferenças e similaridades entre IGP-M e IPCA?
Nem só do IGP-M se fazem os reajustes nesse país. Embora ele seja o indexador mais utilizado, existem outros indicadores que podem ajudar a fazer o cálculo. O segundo mais conhecido, portanto, é o IPCA, que é calculado pelo IBGE. Aí mesmo já reside uma crítica comum, pois muita gente fala que o órgão acaba maquiando a inflação real de acordo com os interesses do governo.
Como quem calcula o IGP-M é a Fundação Getúlio Vargas, que é uma universidade privada, conceituada e independente, isso torna o índice mais imparcial e confiável na prática.
A sigla IPCA quer dizer Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e tem como intuito primordial a medição da inflação de pessoas com renda que se situa entre 1 e 40 salários mínimos. O cálculo é realizado apenas em algumas regiões metropolitanas de cidades como Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, entre outras.
A base do cálculo é feita com algumas categorias — como alimentos, bebidas, comunicação, despesas pessoais, educação, mercado imobiliário, saúde, transportes, etc. É importante frisar que cada um desses fatores tem um peso diferente e os maiores ficam com alimentação e gastos com transportes.
Utilizado pelo Banco Central do Brasil como o principal medidor de inflação, o IPCA serve como referência básica para que o governo monitore as suas metas de inflação anuais e, a partir disso, reforce ou realinhe as estratégias das suas políticas monetárias e demais medidas econômicas.
Que outros índices são utilizados?
Além do IGP-M e do IPCA, ainda existem alguns outros índices importantes que são comumente utilizados, embora com uma menor frequência.
Entre eles temos o IPC, que é o Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), uma instituição bastante renomada ligada à Universidade de São Paulo.
A medição ocorre na capital paulista com base em consumidores com renda entre 1 e 20 salários mínimos. Tradicional, ele começou a ser calculado no longínquo ano de 1939.
Também vale destacar o ICV, que é o Índice do Custo de Vida calculado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), um renomado organismo intersindical. Ele também usa como base o município de São Paulo e avalia o custo de vida de famílias com renda entre 1 e 30 salários mínimos.
Fonte: ingaia
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